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“Respeito humano é fundamental” fala Maria Beatriz Martinez

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Curitiba, 12 de Agosto de 1990

 

MARIA BEATRIZ MARTINEZ; esportiva, dinâmica, atua no momento na campanha de seu marido para o governo do Estado. Hoje, nesta conversa, ela nos conta como é seu’ dia-a-dia e o que pretende. Esta é Maria Beatriz, Sra. José Carlos Martinez.

 

Izza – Como é seu dia-a-dia?

Maria Beatriz – Filhos que ocupam bastante. Um de 18, uma de 17 e um de 12 anos e ainda criamos o filho do motorista, de 13 anos. Consequentemente, o meu dia é repleto de leva-e-traz devido às atividades extra-classe dos quatro. Eu tenho aulas de inglês, faço ginástica diariamente, adoro, porque acho que todas as minhas energias negativas vão embora com os exercícios. Fora disso, faço trabalhos filantrópicos sempre que tenho oportunidade e viajo bastante para campeonatos de hipismo e para visitar meus pais que moram em São Paulo.

Izza – No momento qual é sua atividade principal?

Maria Beatriz – Penso em trabalhar de verdade. É uma coisa que eu quero, mesmo porque estou começando a sair daquela idade em que os filhos necessitam da atenção constante da mãe. Só o pequeno ainda precisa muito de mim, mas agora já completou 12 anos. No momento o meu maior objetivo é a campanha de meu marido para o Governo do Estado.

Izza- Esta época de campanha te absorve muito?

Maria Beatriz – É a primeira vez que participo de uma campanha política. Quando o Martinez foi deputado por duas vezes eu atuei, mas não ativamente. No momento, é necessária a minha participação. Estou começando com muita vontade e dedicação.

Izza – Para a esposa de um candidato, o que acontece de interessante?

Maria Beatriz – De repente surge um novo horizonte trazendo mil novidades. Eu sou moça, tenho muita vontade de mudar inúmeras coisas. A garra é bastante importante neste caso.

Izza – Qual seria para você a imagem da cultura do Paraná?

Maria Beatriz – A imagem que tenho da cultura não sei se é diferente, mas acho muito boa. Penso que a cultura deveria estar ligada ao lazer das pessoas. Se conseguíssemos implantar a cultura como lazer, com mais participação de todos, evitaríamos mal direcionados. O Collor cortou a Lei Samey, mas teremos muitas formas de estimular esta parte. Fazer o povo participar de teatros, de exposições, de pinturas, de shows. Novos artistas seriam descobertos e teríamos um projeto cultural mais avança-do. Eu fiz esta colocação para o meu marido e ele gostou da ideia.

Izza – Quais seriam os outros pontos importantes?

Maria Beatriz – Assistência aos necessitados. Eu tenho uma meta que gostaria de pôr em prática. Em primeiro lugar, as crianças carentes da rua, pois isso me aflige. Assisti uma reportagem feita em São Paulo: um menor foi para um albergue, sem cobertor, sem comida. A repórter perguntou-lhe: tem alguém que possa fazer alguma coisa por você? E ele respondeu que não. Dizer que vamos fazer alguma coisa é válido – mas não resolve totalmente o problema; o essencial é contar com técnicos, gente experiente, com dados concretos. É por aí!

Izza – Este “pique” de campanha não está afetando a sua vida particular?

Maria Beatriz – Em termos. Durante uma campanha, a família do candidato paga um ônus caro, porque fica distante do chefe da casa- que sempre é muito necessário. Eu tenho capacidade para tomar as providências necessárias mas a falta dele é desgastante.

Izza – Você acha fácil manter um nível elevado em uma campanha?

Maria Beatriz – Penso que seria sensacional manter um alto nível numa campanha, mas acho também que ele dependem muito do nível das pessoas. Se você é uma pessoa educada e pretende ocupar o cargo, você deve ser e ter um  certo grau de cultura e educação para conseguir levantar o nível do Estado. Espero que todos os candidatos tenham este nível para que a campanha corra normalmente. O povo não gosta de baixaria. Acho que os ataques políticos acabam acontecendo. O caminho é mostrar o que se vai fazer. Para você construir, não precisa destruir o outro. O respeito é fundamental! O povo não pode querer eleger uma pessoa que desrespeita o próximo. Se eu desrespeito alguém hoje, posso desrespeitar o povo amanhã, porque é um hábito meu. Eu espero e acredito que todos os candidatos tenham capacidade de manter um bom padrão nesta campanha.

Izza – Toda a família está colaborando com a campanha?

Maria Beatriz – Aqui em casa conversamos muito com as crianças, elas estão conscientes do trabalho do pai. Temos um pensamento bem homogênico. O meu pequeno de 12 anos abriu um comitê infantil dentro da minha sala. Aqui em casa o seu quarto tem na porta o poster do pai e dentro das gavetas os adesivos, todos organizados. Quando alguém chega aqui sem material ele sempre resolve o problema. O meu mais velho e a menina estão no comitê jovem e curtem o seu trabalho. E eu estou sempre no comitê, agitando. Eu me envolvo e pretendo participar. Já falei que a família de político paga um ônus caro, mas a minha felicidade vem da realização de meu marido, porque quando o marido não é realizado dentro de casa a família não é feliz. Uma coisa é ligada a outra.

Izza – Você sentiu receptividade nos amigos?

Maria Beatriz – Tenho muitos amigos que estão a meu lado dando a maior força em todos os setores, nas horas boas e ruins.

Izza – Você contou que gosta de fazer filantropia, o que já realizou?

Maria Beatriz – Sempre gostei e sempre fiz, mas nunca gostei de divulgar meu trabalho. Faço por exemplo, o natal dos nossos funcionários. Há muito tempo atendo as crianças do Xaxim e sempre estou fazendo alguma coisa neste sentido. Quando começaram as entrevistas, divulgação, etc., tive que me condicionar para isso. Não gosto muito de promoção pessoal. Admiro quem gosta, mas não faz parte· de minha característica pessoal. Gosto de aparecer quando há sentido para isso, alguma coisa que justifique o meu aparecimento.

Izza – E a vida social?

Maria Beatriz – Minha vida social não é feita de badalações. Temos o nosso grupo de amigos. Viajamos para a fazenda de um ou de outro, vamos à praia onde temos outro grupo, mas turmas pequenas. Gosto de coisas mais descontraídas, esportivas. Sou do signo de virgem, prática e organizada, sem confusão. Tenho facilidade de fazer amizades e gosto de agitar.

Izza – E a Maria Beatriz mãe, como é?

Maria Beatriz – Sou muito ligada e preocupada. Enquanto meu filho de 18 anos não chega eu não durmo. Quando o José Carlos está aqui fico mais tranquila porque dividimos as responsabilidades. Quando um fica doente, fico aflita e tenho tendência a superproteger, já melhorei bastante, mas continuo ligada. Acho que poderia ser mais calma.

Izza – O que você pretende fazer agora?

Maria Beatriz – No momento, trabalhar bastante para o meu marido ter sucesso. Eu costumava me afligir pensando no que faria em seguida e isso estava me atrapalhando; agora mudei, estou me condicionando para viver a época, o momento. Por isso digo que o meu plano no momento é trabalhar o mais que eu puder para que dê tudo certo. Se meu marido ganhar vamos planejar sobre o que deverá ser feito. Sofrer por antecipação é terrível.

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