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Dirce De Aguiar Maia

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A história de Dirce começa em Macaé, no Rio de janeiro, onde nasceu e de onde saiu depois de cursar o Normal, indo residir; primeiro em Cambé, norte do Paraná, e depois em Maringá, em 1944, quando a cidade ainda nem existia. Foi nesse povoado de vinte casas então Distrito Rural de Maringá, pertencente ao Município de Apucarana que ela começou a viver o lado forte e significativo de sua vida, contribuindo com seu idealismo para a realização de um sonho da comunidade: criar a primeira Escola Isolada de Maringá. Esse fato lhe dá o eterno reconhecimento como pioneira do ensino naquela cidade. Foi em Maringá, que nasceu para ser bonita, charmosa e feliz, conforme escreveu, quando homenageou o Centenário da cidadede, que ela também realizou seu lado pessoal, casando-se com Anníbal Goulart Maia Filho já falecido) e tendo três filhos: Elizabeth Maria, Sérgio Amílcar e Anníbal Antônio (in memoriam).

 

O nobre ideal de Dirce teve início numa sala de aulas sem janelas, dezoito carteiras, uma mesa, um quadro-negro e trinta alunos matriculados a muito custo. Assim ela iniciou o ano letivo sozinha, com muita determinação e com total apoio da população. Somente no segundo semestre, pode contar com o auxílio da professora Maria Baladi, que com ela vibrou ao ver cem alunos matriculados para o início do ano letivo seguinte, além dos oito diplomas merecidos pelos primeiros alunos.

Em 1947, foi criada a Casa Escolar e, em 1948, o Grupo Escolar Maringá Velho, construído na gestão do prefeito Décio Medeiros Pullin, de Mandaguari. Em seguida, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná construiu o Grupo Escolar Maringá Novo. Essa escola, por decreto governamental, passou a chamar-se “Visconde de Nácar” e “Osvaldo Cruz”. Merecidamente, Dirce assumiu a diretoria, ao lado de Odete Alcântara.

Dirce também participou da Diretoria do Posto de Puericultura e Clube da Amizade de Maringá. Pediu sua exoneração do Magistério em 1951, indo residir em Londrina. Mas, depois de 3 anos, retomou à sua querida Maringá, onde foi nomeada por decreto do governo, Escrivã Civil do 2° Ofício, acumulando as funções de Escrivã de Família, Falências, Concordatas, Menores e Provedoria, e Escrivã da Paz, na sede da Comarca de Maringá.

Em 1970, foi homenageada pela Secretaria de Educação, que criou o Estabelecimento de Ensino com seu nome “Professora Dirce de Aguiar Maia”. E, em 1975, recebeu homenagem do Poder Público de Maringá, durante a gestão do prefeito Sílvio Magalhães Barros, como primeira professora e diretora da cidade.

Residindo em Curitiba há muitos anos, onde educou e formou seus filhos, hoje casados e com suas famílias, Dirce tem dez netos e dois bisnetos, além de muitas histórias para contar, repletas da dedicação, do idealismo e do muito amor que ela transcende, por meio do carinho que demonstra com a vida e com todos que a cercam

Atualmente, é secretária do Conselho Deliberativo da Associação Feminina da Criança Excepcional – AFECE – e secretária da Sociedade Beneficente das Senhoras Sírio-Libanesas do Paraná.

 

DIRCE

 

Considero-me uma pessoa equilibrada e vivo a realidade. Acredito ser uma mulher atualizada que acompanha as transformações do mundo, em geral, procurando sempre compreendê-las e delas extrair o lado positivo.

Herdei de meus pais, Elomir e Maria Augusta, muito desse meu jeito de ser. Legaram-me princípios tão valorosos que consegui passá-los para os meus filhos. Felizmente, posso dizer que todos absorveram esses princípios e passaram também aos seus descendentes.

Gostaria de fazer mais pelo próximo. Sinto-me muito energizada quando tenho êxito. Penso: “Se não fosse assim, hoje eu não teria alcançado essa paz, esse modo de vida e o conceito que tenho entre amigos e, principalmente, entre meus filhos, noras, genros, netos e bisnetos.

Sinto-me gratificada por ter cumprido bem o meu papel, participando da história de Maringá, como a primeira professora que esse município teve, sem sequer imaginar que Maringá seria a cidade que é hoje. Ter sido pioneira no ensino da cidade é um fato que me orgulha sempre.

Em meus momentos de lazer, gosto das boas companhias, de viajar, de jogar, de dançar e de ler, principalmente jornais, para acompanhar a política, que sempre foi uma de muitas paixões, já que participei ativamente de várias campanhas eleitorais.

Minha família me dá muita alegria e motivação. Fui casada com Anníbal, um homem de muita iniciativa e que também tinha muito amor ao próximo. Marido e pai maravilhoso, muito me auxiliou na educação de nossos filhos. Tenho as melhores lembranças dele.

Agradeço a Deus por ter me dado a alegria de ter Beth, Sérgio e Binha (in memoriam) sempre ao meu lado, sendo filhos tão dedicados, tão companheiros e amigos. Acredito que seria quase impossível viver e ser a mesma pessoa sem a existência deles. Eles são a razão de minha vida. Agradeço também os genros, as noras, os netos e bisnetos que me deram. Sinto-me feliz em ver neles a continuidade de minha existência.

Tenho também muitas recordações daqueles que um dia fizeram parte de minha vida, porém carrego em meu coração uma infinita saudade e um orgulho muito grande de ter tido como filho meu querido Binha, que tão cedo me deixou.

Tenho intuições e sonhos que me conduzem a certas precauções. Sou católica e devota de Santa Terezinha.

Para mim, a passagem do milênio é apenas uma troca de datas. Gostaria que meus netos – Caco, Daniela, Maria Augusta, Ricardo, Fernanda, Serginho, Bernardo, Pedro, Marcelo, Maria Vitória e meus bisnetos Antônio e Sílvia – vivessem um mundo com mais igualdade e menos ganância, com mais compreensão e menos competição, com mais devoção e menos consumismo e, principalmente, amor, fé, esperança de um mundo mais justo e espiritualizado e sempre abençoado por Deus.

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