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Arnaldo Busato – um marco na história da Saúde e da Política.

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Arnaldo Faivro Busato um homem admirável que ficou na história e que sempre será lembrado. Nasceu em Jaú (SP) no dia 19 de maio de 1934, filho de João Busato e de Teresa Alberto Busato.

 Foi um dos políticos mais marcantes de toda a história do Estado do Paraná, e isso pode ser comprovado pelas muitas escolas e instituições que levam seu nome. Foi considerado também, um dos políticos mais carismáticos tendo uma das mais brilhantes carreiras da vida pública brasileira.

Em 1957, diplomou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná, estabelecendo-se a seguir em Clevelândia, no Sudoeste do estado onde foi diretor-clínico do Hospital e Maternidade São Sebastião e médico-chefe da Unidade Sanitária. 

No início da década de 1960, foi convidado a entrar na política pelo seu sogro, Cândido Machado de Oliveira, líder do Partido Democrata Cristão (PDC) na região, sendo eleito Deputado Estadual, com a 5ª maior votação do Estado. Foi o mais votado em 1966, reeleito Deputado Estadual. Em 1970 foi eleito Deputado Federal, sendo novamente o mais votado do estado, reelegendo-se Deputado Federal em 1974. Em 1978, já combalido pela doença, voltou a Câmara Federal com impressionantes 118.818 votos. Votações expressivas indicadoras de seu prestígio. Suas campanhas eram patrocinadas espontaneamente por suas bases políticas já que Arnaldo não possuía recursos financeiros próprios para custeá-las.

Exerceu funções de alta relevância em vários setores da administração. Foi Secretário da Saúde por duas ocasiões, nos governos de Paulo Pimentel e de Jayme Canet. Recebeu vários prêmios por sua gestão e títulos de “Cidadania Honorária”, entre os quais o de Palmas, Coronel Vivida, Salto do Lontra, entre tantos outros.

Licenciado, quando exercia o cargo de Secretário da Saúde dizia: “Saúde não é um privilégio. É um direito humano” e na condução da pasta da saúde, Busato, e sua competente equipe, inovaram, realizando inéditas campanhas imunizatórias por todo o estado, como a da varíola, meningite, dentre outras, erradicando essas doenças da época.

 No ano seguinte, respondeu pela Secretaria do Trabalho e Assistência Social do Estado. De volta à Assembleia, integrou em 1970 as comissões de Constituição e Justiça e de Saúde Pública. E venceu o pleito de novembro para Deputado Federal.  Era o candidato mais cotado da Arena do Paraná para o Senado, mas recusou a indicação de seu nome por motivo de saúde. Nessa legislatura, que se iniciou em fevereiro de 1971, foi suplente da Comissão de Legislação Social e membro efetivo da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Em 1973, presidiu várias comissões da Câmara, entre as quais a Comissão Especial de Reforma da Constituição e a Comissão Especial de Assistência Médico-Previdenciária.

  1. Em 1974, seu nome foi indicado para Governador do Paraná, convite que também recusou ainda uma vez por problemas de saúde. Mas continuou e em novembro desse ano, foi reeleito Deputado Federal pelo Paraná, sempre na legenda da Arena, tendo sido o candidato que maior votação alcançou no estado. Em 1975, participou das Comissões de Orçamento e de Saúde e, como suplente, da Comissão de Comunicações da Câmara, ocupando a Secretaria de Saúde e Bem-Estar Social do Paraná de março desse ano a 1978, durante o governo de Jaime Canet Júnior. Em 1978, declinou de uma nova indicação para o Governo do Estado do Paraná, ainda por motivo de saúde, e, nas eleições legislativas de novembro, foi mais uma vez reeleito deputado federal na legenda da Arena, obtendo surpreendente votação.

Manuela, Laura, Valentina, Marcelo, Carolina, Rosi e Arnaldo Busato Filho

 

Já com a saúde abalada no final de 1979, recebeu a visita do Presidente da República, João Batista Figueiredo em sua residência, a quem prometeu dar apoio ao partido governista, o Partido Democrático Social (PDS), desde que o Presidente Figueiredo e o Governo Federal cumprissem as promessas do restabelecimento de eleições livres e diretas e de um regime democrático baseado no Estado de Direito, ingressando no partido diante da confirmação de Figueiredo que iria empenhar-se na anunciada abertura político democrática. 

 

Visita do Presidente Figueiredo a Arnaldo Busato e seu filho Arnaldo, quando sentado, convalescia em casa da sua última cirurgia.

 

Arnaldo Busato foi ainda, Inspetor Federal de Ensino Superior, Presidente da Seção Paranaense e membro do Conselho Nacional da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e Presidente do Conselho Deliberativo da Fundação Hospitalar do Paraná. Dirigia também negócios centralizados em sua pequena propriedade rural, situada no Oeste do Paraná.

Na Assembleia Legislativa em sua homenagem foi inaugurada uma sala com seu nome. Faleceu em Curitiba no dia 1º de março de 1980 deixando uma bela história de vida. Era casado com Rosi de Oliveira Busato, com quem teve quatro filhos.

 

ROSI OLIVEIRA BUSATO

Conheci o Arnaldo quando tinha 17 anos no Círculo Militar do Paraná numa tarde de domingo. Eu e minhas amigas íamos frequentemente ver os saltos hípicos. Lá estávamos quando chegaram três rapazes e se aproximaram. Lembro-me que eu vestia uma saia verde godê, a cor preferida do Arnaldo.  Eles se posicionaram perto e minha amiga me chamou a atenção. Notei a sua presença, me virei e nos olhamos. Foi amor à primeira vista. Ele convidou-me a conversar. Ele era admirável em suas atitudes, firme e decidido em suas ações. Se identificou e contou-me que era de Jaú e estava iniciando o quarto ano de Medicina na Federal aqui em Curitiba. Sua família tinha poucos recursos.

 

Rosi Busato

 

Eu, na época cursava magistério no Colégio Cajuru. Ele me disse que iria fazer um curso nas férias e pediu o número de meu telefone. Só retornaria a Curitiba no início das aulas no mês de março.

Mas houve um desencontro temporário, ele anotou o número do telefone errado. Chegou em Jaú e queria me ligar, mas não deu certo. Em março na Pascoa sai com a minha mãe e minha irmã Iara para as compras pois iriamos viajar com toda a família. Minha mãe Jupira, meu pai Candido Machado de Oliveira Neto eu e meus irmãos Candido, Iara, Luiz Roberto, Eliane e Roberto. Fomos ao Magazine Avenida, quando avistei Arnaldo de camisa amarela que por ali passava. Vinha da casa do Estudante Universitário da Avenida João Pessoa. Foi aí que tudo começou. Apresentei Arnaldo a meu pai numa tarde chuvosa em frente ao Cine Ópera. Começaram os telefonemas, e voltas na Praça do expedicionário, sempre acompanhados porque meu pai era muito severo.

 Namoramos somente 1 ano e nos casamos em 1956, no mês de sua formatura em Medicina. No ano seguinte, nos mudamos para Clevelândia, onde Arnaldo com a ajuda da comunidade construiu o Hospital São Sebastião. Na época a cidade era carente na área da saúde e Arnaldo atendia a todos muitas vezes gratuitamente. Pela sua dedicação a Medicina tornou-se muito conhecido e admirado.

Logo fiquei gravida do Arnaldo Filho. Todos os nossos filhos nasceram em Curitiba. Depois de 2 anos nasceu a Cristiane.

Meu pai era advogado, foi deputado e trabalhava na Secretaria de Estado e Justiça. O Ney Braga era governador. Num encontro conversando sobre política, Ney Braga se interessou em conversar com Arnaldo por ser bem-quisto em Clevelândia e arredores.

 Meu pai sonhava em colocar meu irmão Candido que por ser muito jovem, não poderia entrar, então indicou Arnaldo para Deputado Estadual. Eu particularmente não aceitava muito bem a ideia naquele momento. Meu pai adorava política. Viemos para Curitiba Arnaldo falou com o Governador Ney Braga, que sugeriu para que fosse candidato pela interessante região na qual era muito conhecido. Passamos a morar em Curitiba ao lado de meus pais onde construímos uma casa. Foi fácil, ele se elegeu com ampla votação e já estávamos com os filhos Arnaldo, Cristiane, e o Paulo. Depois de 8 anos nasceu o Marcelo. Ele arrendou o hospital de Clevelândia e aí começou a sua carreira política.

 Arnaldo foi eleito no Sudoeste. Não tinha volta, ele adorava ser Deputado Estadual, Federal. Foi para Brasília, mas ai o Governador Paulo Pimentel o chamou para ser Secretário da Saúde e meu irmão Candido foi para estadual e depois Chefe da Casa Civil , e na sequencia assumiu a Secretaria de Educação e Cultura.

Arnaldo foi chamado em Brasília pelos seus feitos na área da saúde e em seguida foi convidado pela OMS  (Organização Mundial da Saúde)  a trabalhar em Washington.

 Não fomos, pois eu estava gravida novamente. Ele não aceitou, ficamos aqui em Curitiba onde nasceu a Cristiane e ele se reelegeu e foi Secretário da Saúde do Governo Canet. 

O drama começou quando ele soube que estava com câncer. Fomos a São Paulo para consultas e depois partimos para os Estados Unidos – Nova Iorque, no Memorian Hospital.

Fui acompanhada de minha irmã Eliane. Alugamos um apartamento ao lado do Central Park e lá ficamos 3 ou 4 meses. Minha mãe cuidou do Marcelo que tinha 1 ano. Arnaldo Ficou 9 anos doente. Voltamos ele começou a fazer irradiação. Superamos a primeira etapa dos 5 anos, mas depois tudo voltou. São lembranças de nossas vidas. Alguns percalços, mas agora a felicidade de ter uma família forte e unida

O Arnaldo Filho é advogado militante tendo sido professor de Direito Penal na Universidade Federal do Paraná e de vários cursos de pós-graduação na área jurídica além de ter sido também Diretor da Faculdade de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná.

  Cristiane, a única filha mulher que era a queridinha do pai, estudou no Medianeira. Ela sempre gostou de viajar. Ganhou nos 15 anos uma viagem aos Estados Unidos. Depois foi para Paris, adora línguas. Se formou em Letras. É presidente do Círculo Mundial de Shakespeare.  Depois veio o Paulo Sergio de Oliveira Busato concursado do Tribunal de Contas. Se formou em Direito.  Marcelo o mais novo, é formado em Administração de Empresas e em Direito com habilitação em Comercio Exterior. Tem um sitio próximo a fazenda de meu avô Manoel Lustosa Martins fazendeiro em Clevelândia, amigo pessoal de Getúlio Vargas, visionário ao lado de minha avó  Daluz. 

 Tenho gratidão por Deus, pois ele está em primeiro lugar. Por tudo que passei me sinto vitoriosa.

Arnaldo me dizia “Rosi eu vou para um lugar melhor. Você vai ficar com 4 filhos para criar. Terá que ser forte, crer em Deus, e ter muita força. Não vai ser fácil e o mundo vai te ensinar muitas coisas. Você criará os quatro filhos, mas não será fácil”

E hoje me vejo realizada com meus filhos e netos.

 

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