Curitiba, 06 de Julho de 2018
Quantas Curitibas existem na minha vida?
Quando cheguei em 1980 para estudar no CEFET-PR -Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, eu tinha pouco mais de 16 anos de idade e tudo em Curitiba me encantou e me tocou profundamente. As pessoas eram diferentes; as ruas, limpas, elegantes; as pessoas, inteligentes e com novas ideias. A cidade fervilhava. O mundo novo era aqui.
Estudar no CEFET, atual Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), era estudar na melhor escola das Américas. Aprendi muito, minha curiosidade encontrou terreno fértil e floresceu. Formei-me Técnico em Eletrônica; depois, graduei-me em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em seguida, antes mesmo de entregar minha tese de Mestrado na Unicamp, interrompi minha carreira acadêmica e voltei para Curitiba: vim atrás dos meus sonhos.
Assim, em 1996, fundei minha primeira empresa na área da educação, o IBPEX – Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão, que deu origem à atual Uninter, presente em todo o Brasil com mais de 800 polos, em 650 cidades, 215 mil alunos ativos, e que já formou mais de 500 mil alunos. Hoje, preparo-me para fazer o doutorado. E carrego o sonho de, um dia, ver a Uninter transformada em Universidade.
Um sonho que 2000 colaboradores sonham junto, todos os dias. Isso me alegra e me dá um orgulho imenso por ter criado a semente que brotou nessa cidade e hoje é referência educacional para o Brasil.
A Rua das Flores que encontrei em 1980 e que, em 1972, tinha se transformado em rua para pedestres pela genialidade do arquiteto Jaime Lerner, entrou em minhas veias como um símbolo da modernidade que o Brasil precisava alcançar. E essa foi minha primeira Curitiba.
Mas vieram outras: a Curitiba dos nossos primeiros cursos de pós-graduação para docentes de todo o Estado do Paraná. A Curitiba que chegava de mãos dadas com nossos professores em vários estados brasileiros. A Curitiba cidade-modelo. A Curitiba cidade-teste. A Curitiba do Dalton Trevisan. A Curitiba das partículas atômicas do César Lattes. A Curitiba europeia. A Curitiba gelada. A Curitiba chuvosa. A Curitiba das quatro estações em um único dia. A Curitiba generosa, humana, amorosa. A Curitiba que todas as cidades querem ser. A Curitiba onde me casei. A Curitiba que consta nos registros de nascimento do meu filho e de meus netos. A Curitiba onde moram meus pais. A Curitiba em que eu moro. A Curitiba que me deu o título de Cidadão Honorário. A Curitiba que me ensinou a conjugar o verbo amar em todos os modos e pessoas, do passado, do presente e do futuro. Mas que expressa a emoção que eu sinto agora. E eu sei que esse sentimento é para sempre, porque é curitibano e nasceu de um cidade única.
Autor:
Wilson Picler
Chanceler do Centro Universitário Internacional Uninter
Presidente da Uninter Educacional S/A.