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Dinamismo, arte e cultura

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REGINA DE BARROS CORREIA CASILLO

Dona de uma avidez imensa de conhecimento,
formou-se em Direito pela PUC do Rio de Janeiro, com especialização na FGV.
Nos anos 70 casou-se com João Casillo, veio morar em Curitiba, viajou inúmeras vezes para o exterior onde fez diversos cursos de especialização e, nas horas vagas, visitou todos os museus e exposições de arte -do antigo “Jeu. de Potnme” em Paris até a “Documenta” de KasseL Em Curitiba. Cidade que elegeu e tanto gosta,
lecionou Direito Romano na PUC, fundou o Curso de Atualização da Mulher, participando sempre de entidades que atuam na comunidade.
Mas o grande sonho e realização veio com o
Solar do Rosário, a casa centenária transformada em espaço particular de arte e cultura: um sonho do casal
De Deus, acrescenta, recebeu as.filhas, três como prêmio.
Regina Casillo é assim, um ser humano generoso e sensível, que sabe vibrar com a vida em todas as suas cores, nuances e pinceladas.

 

OTIMISMO – É melhor o cansaço alegre do fazer do que a tristeza do não ter o que fazer. Nasce-se alegre ou não. A alegria é genética. Acredito que sou otimista sem exageros de Poliana ou de Candice de Voltaire, um de meus livros favoritos que termina com a inesquecível lição de vida; “íl faut cultiver notre jardin” …

SONHO – Estou vivendo o meu sonho, ou o nosso sonho, da família. Quando meu marido me entregou o Solar do Rosário para transformar o casarão rosa no espaço vivo de cultura e arte, fiquei atônita e, confesso, assustada. Começamos aos poucos a restauração do imóvel histórico. Diariamente novas descobertas, novas ideias, uma empatia cada vez maior acontecendo. As coisas fluíram naturalmente até a inauguração em 19 de maio de 1992 com a belíssima exposição do grande artista Carlos Eduardo Zimermann. Desde o início trabalhando com Regina Guimarães, que comunga o nosso ideal pela arte, promovemos 52 eventos entre exposições de quadros, esculturas e gravuras, lançamentos de livros, salas dos artistas. São 5 anos promovendo arte e cultura. Cada exposição é única, é um ato de fé no trabalho do artista.

CURSOS – Acredito que sejam missão, “carma”, fascínio, prazer ou vocação. Funcionam oficinas, ateliers e cursos diversos, todos como uma universidade livre. São 16 cursos, com 352 alunos a maioria mulheres. De História da Arte a Shakespeare, de fotografia a jardinagem passando pela magia do curso de música para formação de plateia que preenche de sons o Centro Histórico.

ARTE – Nas artes plásticas tenho preferência nítida pela arte do século XX. Arte que não fotografa, mas expressa o interior e dá asas ao imaginário. Dos artistas mais brasileiros, tão nossos e autênticos, até o gênio de Salvador Dali, de Chirico, Jasper Jonhns, Manabu Mabe, Scliar e tantos outros. Arte as vezes, ou quase sempre, é perplexidade, sem demarcações, divisões ou categorias. Para a maioria dos grandes artistas, vida e arte são a mesma coisa; esta verdade profunda, às vezes contundente, que lhe permite “Gerar com as cores da alma este objeto de transcendente significado, telúrica obstinação, íntimo alumbramento, dramática voracidade, a que chamamos ARTE”. (Bracher)

ESPAÇOS – Será pretensão chamar o nosso Solar do Rosário de complexo cultural? Acho que não porque é verdadeira a assertiva. Trabalhamos com o produto cultural que no próximo milênio, temos certeza, será mais valorizado do que nunca. Assim temos a Galeria de Arte, os Cursos e Oficinas, o Antiquário Arte Antiga, a Livraria Akademica e o Kafe Fest, imaginamos que alguém possa passar um dia feliz de lazer, e porque não dizer também de reflexão, no nosso espaço.

VIAGENS CULTURAIS – Aprende-se mais com elas do que com meses de aulas teóricas. Já realizamos oito até agora, como um corolário perfeito para o encerramento dos cursos. Por exemplo, em julho deste ano, o curso de Shakespeare, como não poderia deixar de ser, foi a Stratford on Avon e a Londres; o de música, a Viena e Salzburg e o de Artes plásticas, à Rússia Museu Hermitage em San Petersburgo com seus tesouros inesquecíveis.

ETNIAS – O caldeirão de raças, a miscigenação e convivência das diversas etnias fez do Paraná um estado “sui generis”. Produz-se aqui uma arte forte, rica, séria e pouco divulgada no restante do Brasil. Pessoalmente gosto de trabalhar com arte local, de Helena Wong ao nosso mestre maior Poty, de Garfunkel, Jeferson Cesar, Potocki, Andersen, Nisio aos atuais e originais Rogério Dias, Merege, Esmanhoto. Trabalhamos com todos nas suas diversas técnicas- óleos, aquarelas, acrílica, pastel e toda a gama de gravuras, que ao nosso conceber, é a democratização da arte: litos , xilos, metal e serigrafias estão presentes na nossa Sala do Papel.

MARKETING CULTURAL – É o grande momento. As novas legislações de fomento à cultura estão dando grande impulso ao setor. As leis de incentivo à cultura com base na renúncia fiscal do estado tem por escopo fortalecer a produção da cultura no pais . Cada vez mais empresas e empresários vinculam seus nomes e suas marcas aos projetos culturais de qualidade, revigorando a arte brasileira. Acreditem, cultura é bom negócio e o marketing cultural está em alta.

PROFISSÃO- Nunca esqueço uma dedicatória do então prefeito e amigo Rafael Greca de Macedo: “Para Regina, que advoga arte em Curitiba”. Assim, transformada em empresária cultural,”marchand de tableaux”ou”art dealer” passei a defender o que gosto: arte e cultura. Passei a pesquisar e aprender. “A arte não pode mudar o mundo, mas pode contribuir para a mudança de consciência e impulsos dos homens, que podem mudar o mundo” Herbert Marcuse.

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