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“Em Curitiba isto é comum.”, diz Osmário Zilli

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Osmário Zilli

 

Curitiba, 3 de fevereiro de 1991.

  

Vamos conhecer a nossa cidade.  Aproveitar o pouco de tempo ociosa e tentar, num passeio sem destino, acompanhar as mudanças que um crescimento vertiginoso tem imposto no cenário curitibano.

As mudanças se sucedem e surpreendem até o mais arraigado de seus habitantes. Gentes de toda parte modificam o dia-a-dia e o colorido da cidade, impondo-nos um cipoal de novas ruas, bairros, logradouros, criando surpresas e mais surpresas.

Afinal, onde estou?  Que rua é esta?  Que bairro?

Aliás, regiões até das mais tradicionais estão sub-divididas como que a multiplicar

nossas dúvidas e interrogações. Nesse circuito curitibano, uma observação que amiúde vem à tona: mas, e o nome desta rua, quem sabe? Não tem placa indicando?Em Curitiba isto é comum.  Um conhecido que resida em ponto mais distante, não fará cerimônias para indicar seu endereço:

Olha, pegue a rua principal, vá até o segundo sinaleiro e vire à esquerda, na terceira quadra vire à direita, bem onde existe uma casa de tijolo à vista, três casas depois, fica diante de um muro de grade pintada de verde.  É lá, bem defronte, do outro lado.                       Uma forma muito prática de resolver os problemas, brasileiramente, na base do “dar o jeito”

Enfim, deixa isso pra lá.  Nem só por isso vamos malhar o senhor Prefeito.

Muita coisa de bom existe para levar o seu crédito. E continuamos este nosso passeio por Curitiba, carregando junto a lembrança e o saudosismo da paisagem bucólica dos tempos idos, das tertúlias e do romantismo que inspirou o poeta a cognominar Curitiba como “Cidade Sorriso”.  São imagens que nos acompanham, movendo a inspiração de alegrias que não voltam mais, como diz o bem inspirado sambista.

Outra observação desta nova e pujante Curitiba: as residências, das mais pomposas às mais verdes e que faz-nos sentir, na paisagem policromia das flores, a força e a beleza da primavera-verão.  Tudo com um aspecto saudável e que contrasta com tantas outras metrópoles que conhecemos, sobretudo as brasileiras de outras plagas.  Alguém já reparou na pintura das casas? como reluzem e bem demonstram o cuidado pessoal que cada qual tem para com o seu patrimônio.

Gente orgulhosa daquilo que pode exibir a coletividade e que é fruto da criatividade individual.  Na análise do conjunto, nos convencemos do excelente padrão de vida médio de nossa população, sinal de cultura e de civilidade. Uma situação que enche-nos de justificado orgulho.  Orgulho ainda maior quando sabemos que o curitibano tem especial paixão pelo verde a ponto de transformar a cidade em modelo ecológico, com uma cobertura florestal de 51 m por habitante, quando a Organização Mundial da Saúde recomenda um mínimo ideal de 16 ‘‘per capita’’.

Ah! Curitiba. Quem perambulou por este Brasil afora e bem comparou tuas virtudes e teus defeitos com o de tantas e muitas de suas irmãs, pode se ufanar desta verdadeira “Cidade Sorriso”  e bater no peito para bem alto e dizer que não foi sem razão que alguém já a classificou como um dos três melhores lugares do mundo para se viver.

  

OSMÁRIO ZILLI – (in memorian)

Empresário

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