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“ Nasci em Curitiba e não trocaria minha cidade por nenhuma outra! ” fala Maria Cecilia de Leão Rosenmann

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Curitiba, 20 de Abril de 2018

 

Nasci em Curitiba e não trocaria minha cidade por nenhuma outra!

 

Vivo a cidade hoje, mas a Curitiba do passado também mora em mim, em minhas memórias.

As carroças dos poloneses se misturando aos carros nas ruas da cidade. Lembro dos passeios na Rua XV, das matinês aos domingos nos cines Ópera e Avenida e das balas azedinhas!

Era uma época em que não nos preocupávamos com a violência urbana. As crianças brincavam nas ruas e praças, que eram uma extensão da casa. A cidade era muito limpa e bem cuidada.

Guardo lembranças de lugares tradicionais que fazem parte importante da história de nossa cidade: a Confeitaria Shaffer e sua deliciosa coalhada, o Bar Palácio, a Casa da Manteiga, as lojas Gloger, Casa Hertel, A Menilmontant, Loja no Luhm (sempre com os melhores perfumes importados!), a Casa Cristal, da família Wendler e a Loja Casa Glaser. Um pouco mais acima na Rua Comendador Araújo, um palacete tradicional que me é particularmente querido, foi residência do meu bisavô materno Wenceslau Glaser… Ali eu brinquei toda a minha infância!

Do outro lado da cidade, no Alto da Glória, ficava a casa de meu bisavô paterno, Agostinho Leão, onde morava minha tia avó Maria Clara, a tia Caia, queridíssima das crianças e de todos. Quantas brincadeiras naqueles jardins! Quantas cabanas sob a enorme Castanheira! Dentro da casa, havia um “quarto das malas”, onde guardavam roupas antigas; ali, nós passávamos horas e horas inventando fantasias. Depois, no porão do palacete, ensaiávamos peças de teatro.

Na casa de meus avós, Ivo e Lolita, quase tudo era permitido. Lá aprendi a dirigir automóvel aos 11 anos, dando voltas no jardim.

Da minha juventude, lembro das festas de 15 anos, dos famosos “Venha à Vontade” no Club Curitibano, aos domingos, no fim da tarde.

E no Country Club, a piscina e o cinema, o queijo quente trazido com carinho pelo garçom Felix! O Country Club era a extensão de nossas casas, todos ali se conheciam! Eu participava do grupo “Flamingo”, que reunia os jovens. Promovíamos shows e gincanas, festas temáticas; as bebidas não passavam de Cuba libre, cerveja e Coca Cola (e as moças não bebiam!).

Ao longo dos anos, a medida em que foi crescendo, a cidade passou por várias transformações. A rua XV foi fechada e se transformou num calçadão: a Rua das Flores, que se tornou conhecida em todo o Brasil. Era ali que fazíamos compras, muito antes de Curitiba ter seu primeiro shopping center. 

Anos depois, a antiga fábrica Mueller & Irmãos, de meu bisavô Mueller, foi vendida e deu lugar ao Shopping Mueller.

Curitiba foi crescendo, perdendo os ares de província, e se tornou uma cidade grande, mas ainda acolhedora. Uma cidade que, sob muitos aspectos, aponta caminhos para as outras cidades do Brasil e do mundo, como, por exemplo, na questão da ecologia, no recolhimento e separação do lixo, enfim, Curitiba tem sempre um olho no futuro.

Curitiba significa para mim família, raízes, amigos. Aqui nasci, cresci, me casei e formei minha própria família. Viajei e viajo muito, mas é sempre muito saudosa que retorno à minha cidade, terra dos pinheirais. Às vezes chuvosa, fria, mas sempre minha terra.

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