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“Sou curitibano da gema!”, afirma Dirceu Tadeu Vaz

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Se fosse possível viver mil vidas, mil vidas pediria a Deus, para nascer em Curitiba. Sou curitibano da gema, nascido no bairro do Ahu, na Rua Tomazina a duas quadras dos “Três Negócios”. Quem é mais antigo sabe que é a esquina da Avenida Anita Garibaldi com a Tomazina,  onde existiam três armazéns nos quais as famílias abasteciam as suas casas com as mercadorias vendidas a granel. Era também parada dos agricultores que vinham da região metropolitana com as suas carroças negociar seus produtos na cidade de Curitiba.

 Sempre linda, no bairro era possível, no início dos anos 60, avistar os poucos prédios que se destacavam na paisagem. Nas manhãs de inverno tínhamos os campos cobertos pelo gelo. O Ahu, que significa fonte, era composto de várias chácaras. Este bairro era predominantemente formado pelas famílias italianas como os Bruzamolin, Dalledone, Vigo, e estes fundaram a Societá Italiana Di Mutuo Soccorso Vitório Emanuelle III, hoje o querido Urca. O Ahu também tinha uma personagem folclórica, a Sra. Barbarina, proprietária de uma chácara onde criava suas vacas leiteiras, que a piazada da época temia muito, pois ela não perdoava que ousassem entrar na sua propriedade para pegar frutas de seu pomar.

No grupo Escolar Aline Picheth (bisavó de minha esposa, a curitibana Adriana Frank Vaz) estudei o primário e posteriormente fiz o ginásio no Colégio Estadual do Paraná, já no início dos anos 70. No Estadual era regra rigorosa o uso do uniforme azul: só se entrava caso estivesse vestido com o uniforme completo, e no inverno sequer poderia utilizar outra que não fosse a japona com o símbolo do colégio no peito. Aos sábados, ao sair do Estadual o destino era a Praça Zacarias, onde iniciou a Feira Hippie, além do principal point e novidade era o Calçadão da XV, onde as paqueras rolavam no vai e vem da galera dos anos 70. Lá muitos percorriam as várias lojas de discos para comprar os lançamentos e levar de presente para a namorada.

 Recordo de vários points da Curitiba dinâmica e moderna em que vivi na minha juventude nos anos 70 e 80. Os parques eram inaugurados: Barigui, Bosque do Papa e tantos outros que passaram a ser símbolo da cidade. Sem falar na Pista do Gaúcho e as várias discotecas onde a piazada se embalava nos sábados à noite. Entre elas as da Vicente Machado, as mais concorridas, como a Big Apple, Angels Flying, Evian’s Club, entre outras. Passaram a concorrer com os saraus de final de semana dos clubes sociais. Chegou o momento em que a adolescência ficou para trás e dei boas-vindas à vida adulta e aos 20 anos abri meu escritório de contabilidade. A primeira sala foi na Galeria Ritz, iniciei em companhia de meu irmãozinho o curitibano Dilson, na época um piá de 14 anos. Sem recursos e sem clientes, mas com coragem da juventude, iniciei os trabalhos no dia 21/10/1981, sendo que estou escrevendo esta carta a você, Curitiba, justamente em 21/10/2019, data da fundação da MV Contabilidade. Agradeço a jornalista Iza Zilli, pela oportunidade de registrar a minha gratidão à cidade onde nasci, e tento devolver tudo o que ela fez por mim. Cidade onde nasci, cresci, constituí minha família com a mulher da minha vida, Adriana, e tivemos dois filhos, o hoje publicitário Lucas Frank Vaz e o jornalista Vinícius Frank Vaz.

 Muito Obrigado Curitiba!

 

Dirceu Tadeu Vaz, é contador e inovador por vocação, abriu seu escritório, a MV Contabilidade, em 1981 e de lá para cá é referência e pioneiro em vários aspectos. Foi o primeiro escritório a ter computador, a atender os clientes em uma unidade móvel (uma maneira de atender a distância, antes da internet), a fazer palestras e treinamentos aos clientes. Em 2019 fundou a MV ON – Contabilidade Digital e a 108 BPO Financeiro. Coordena e participa em diversas ações solidárias, atendendo cerca de mil crianças no Natal, Páscoa e Dia das Crianças, em Curitiba e Região Metropolitana.

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