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“Elegância, beleza e competência” esta é Vanessa Nunes do Nascimento

Postado em

Curitiba, 18 de novembro de 1989

 

VANESSA NUNES DO NASCIMENTO; elegante, admirada pela sua beleza e simpatia. É presença constante nos mais expressivos acontecimentos sociais. Eterna “Glamour”, dedica-se à Medicina e tem muitos planos para o futuro. Hoje, ela nos conta sobre eles, como pensa e qual é a sua filosofia de vida.

 

lzza – Por que medicina?

Vanessa – Eu já pensava cm fazer Medicina há muito tempo. Não é uma coisa da época de adolescente, pois a ideia foi amadurecendo conforme foram passando as fases de minha vida. Aquela noção romântica sobre a Medicina, que cu tinha na infância, foi mudando. Minha irmã é médica, meu cunhado também e cu pude conhecer melhor esta profissão; assim, concluí que com esta atividade profissional cu posso ser útil e ajudar as pessoas, o que certamente faz parte de minha personalidade.

lzza – Qual é sua especialidade?

Vanessa – No começo pensei em Pediatria, mas durante o estudo acabei optando por Dermatologia que muito me atrai. A Dermatologia em si não é apenas uma lesãozinha de pele que tenho que olhar e diagnosticar; ela exige a análise apurada de toda a parte sistêmica do indivíduo para chegarmos a um diagnóstico. Este raciocínio me fascina. Neste ramo a gente lida também com a parte estética, envelhecimento da pele, acne, etc. São afecções que podem não trazer risco de vida mas que são psicologicamente importantes para as pessoas. A gente se sente gratificada por poder ajudar também nesse sentido estético.

lzza – Qual seria o seu objetivo?

Vanessa – Em nenhum momento pensei em desistir da Medicina, tanto que já estou fazendo especialização. O meu objetivo inicial foi me formar, fazer Dermatologia e estou cumprindo. No futuro pretendo viajar, fazer alguns cursos fora para pesquisar e trazer novidades.

lzza – Para a mulher a medicina não exige muito?

Vanessa – Claro que sim! Assim como em qualquer outra profissão, a mulher tem que organizar seu horário em relação à família e ao trabalho e isso é realmente desgastante. Para a mulher médica isso pode ocorrer de diversas formas, de acordo com sua especialização. Por exemplo, a Ginecologia e Obstetrícia, (uma especialidade muito bonita), exige muita dedicação da médica porque o horário de atendimento é variado, uma vez que o bebê não escolhe hora para nascer. Mas eu acho que com bom senso, tranqüilidade e apoio do marido, a mulher consegue desempenhar bem o seu papel. Na minha área, no meu caso, tenho condição de organizar bem a minha vida e posso ter certeza de que as coisas vão sair bem feitas porque certamente haverá tempo suficiente para organizar meu ambiente familiar, meu trabalho e o meu estudo. Isso é muito  importante.

lzza – Quais são seus planos dentro da medicina?

Vanessa – Agora que eu acabei o curso, tenho mais dois anos de especialização. Depois, pretendo fazer um curso fora porque é interessante trazer novidades. Inclusive, é bom para trocar idéias com os médicos daqui; muitos vão, trazem coisas novas e repassam para os colegas. Viagem enriquece a nossa bagagem médica. Conforme a condição financeira do profissional e a estrutura do país, as pesquisas são mais profundas lá fora. Não tenho programado ainda para onde vou, Suíça ou Estados Unidos (que talvez agora esteja mais desenvolvido cm Dermatologia). Ultimamcntc eles têm feito muitas pesquisas, o que podemos observar nas revistas . Na volta, pretendo abrir meu consultório e pôr cm prática tudo o que aprendi. Quanto a minha vida pessoal, está bem estruturada, estável. Tenho planos realizáveis.

lzza – E a Vanessa “glamour'”?

Vanessa – Foi cm 1985. O concurso foi uma das melhores coisas que aconteceram comigo; ‘não só pelo fato em si, mas pelo que me proporcionou. O meu círculo de amizades aumentou e conheci pessoas diferentes durante todo ano em que fui Glamour. Neste período, não deixei de minhas atividades, inclusive além de meus compromissos sociais, foi o ano de maior rendimento em termos de faculdade. Acho que organizei bem o meu tempo. É uma lembrança maravilhosa e marcou muito.

lzza – Como médica o que mais lhe marcou?

Vanessa – Geralmente quando o paciente fica feliz por alguma coisa que eu fiz ou resolvi. São sete anos nessa área e as emoções são freqüentes. Fica difícil dizer o que mais marcou.

lzza – Você acha que as pessoas exigem mais das mulheres do que dos homens?

Vanessa – Não. Eu acho que as circunstâncias da vida acabam exigindo mais, não as pessoas em si. Veja, os filhos acabam sempre mais ligados à mãe do que ao pai; consequentemente, a mãe tem que se dedicar mais do que o pai à organização da casa, ao trabalho, ao trato com os filhos. Não é uma coisa imposta, mas tem que ser feita. Penso que os homens devem estar surpresos porque hoje a mulher está menos sujeita a regras da sociedade e, tranquilamente, faz valer a sua própria vontade. Não concordo com a filosofia de vida feminista, nem com posturas extremas; o homem não é igual a mulher e a mulher não é igual ao homem. Cada um tem a sua vida e Deus fez os dois diferentes para que cada um desempenhe o seu papel.

Eu só acho que a mulher tem que ter o seu direito de poder escolher o que fazer, sem que nada seja imposto. Quando assumimos mais e maiores responsabilidades, as pressões e cobranças aumentam e, para isto, devemos estar conscientes de que vale a pena porque esse é o preço da liberdade. A partir do momento.que você escolhe um caminho você perde outro, e toda escolha sugere uma perda e isso requer maturidade. Quando a mulher escolhe um caminho, deve saber que irá perder, por exemplo, tempo para dedicar-se a si mesma, para fazer outras atividades, etc. A vida fica vazia quando não existem objetivos, mesmo porque o ser humano deve ser útil a alguém. A mulher que não desenvolve um objetivo na vida, acaba adoecendo. Tive a oportunidade· de observar que as pessoas mais problemáticas, depressivas, com problemas psicológicos, são as que não têm muito o que fazer.

Izza – Quais seriam seus passatempos preferidos na hora de lazer?

Vanessa – Gosto de ler, gosto de nadar, tocar piano.  Inclusive, por falta de tempo estou parada. Adoro a vida social, reunião com amigos, porque isso distrai e relaxa.

Izza – O que você pensa sobre o casamento?

Vanessa – Para mim é uma instituição sagrada. A partir do momento em que decidimos ficar com uma pessoa, deve ser para o resto da vida. Um relacionamento maduro pede uma decisão madura. Todos os casamentos deveriam ser realizados dentro deste raciocínio, iria ajudar de maneira geral. Várias famílias bem estruturadas constituem uma comunidade saudável. É claro que depende de muitos itens: cultura do povo, informações, etc.

lzza – Para finalizarmos, o que você achou desta entrevista?

Vanessa – Achei sensacional, porque as pessoa às vezes fazem outra ideia da gente, pois não sabem realmente como somos ou pensamos. É bom comentarmos sobre nossa filosofia de vida; me senti bem à vontade com esse bate-papo.

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