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“IDEAL SERIA SE O DIA TIVESSE MAIS ALGUMAS HORAS” diz Carla Darin

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Curitiba, 26 de junho de 1988

 

Esposa do empresário Mareio Darin, auxilia na administração do Buffet du Batel. Adora curtir a família e acha que Curitiba é a cidade ideal para viver, pois aqui ainda se pode desfrutar da companhia de amigos.

 

IZZA – Carta, você é esposa do empresário Mareio Darin, da Construtora Santa Cruz e do Buffet du Batei. Conte-nos como surgiu o Buffet, sendo um ramo diferente da construtora?

CARLA – O Márcio mostrou vontade de partir para esse ramo, talvez montar um restaurante ou coisa parecida, mas optou pelo buffet. Foi apresentado para o Clécius e resolveram fazer juntos. Na época, eu não havia pensado em participar, mas o tempo foi passando, fui me interessando e agora estou lá e curtindo muito o que faço. Ajudo a cuidar, administrar, atender, e é um serviço muito gostoso. Participo das festas quase que diariamente.

IZZA – Sabemos que deu certo, por que em pouco tempo o Buffet é muito comentado e concorrido, não é?

CARLA – Felizmente. Ele existe há dois anos, e pegou rápido. Acho que é porque caprichamos muito, principalmente o Clecius, muito conhecido por sua criatividade e pelas delicias que faz. Ele entende demais do assunto, e sempre se sobressaiu no ramo, antes de começar no buffet.

IZZA – Qual é o tipo de serviço mais solicitado?

CARLA – O tipo buffet mesmo, o serviço à francesa é mais esporádico. As festas são feitas para um mínimo de 50 pessoas com raras exceções, por exemplo, no caso de solicitação de firmas, com um número menor de presenças. Atendemos também muitos lanches de senhoras, casamentos e festas de quinze anos, com tudo a que a aniversariante ou a noiva tem direito: champanhe, bolo, dança, etc. Temos espaço e também estrutura para atendermos da melhor maneira possível.

IZZA – Carla, você que acompanha diariamente, acha que a crise atual afeta de alguma forma a solicitação de serviços?

CARLA – Não acho. Algumas comemorações fazem parte da vida. Por exemplo, se mais tarde minha filha Bárbara quiser uma festa para comemorar seus 15 anos, certamente ela terá. Claro, isso vai muito de condição financeira no momento, de disponibilidade. Acho que é esse fator que define o tamanho e a proporção do acontecimento. Quando as pessoas têm essa condição, tudo se toma mais fácil e geralmente quem procura um buffet sabe que terá despesas, e está consciente dos gastos necessários, e principalmente, deseja que a data seja comemorada em grande estilo. A casa é muito bonita, foi reformada e decorada para essa finalidade, e cada dia que passa acrescentamos mais algum detalhe, renovamos e aprimoramos.

IZZA – E quanto ao atendimento, são pessoas especializadas?

CARLA – Trabalhamos com garçonetes, são elas que servem, e têm se saído bem. E diferente, creio que elas são mais acessíveis. Resolvemos tudo com muito diálogo. Algumas são fixas, outras solicitamos quando precisamos. Há muito respeito, e não o sistema patroa-empregada. Sou a favor da amizade, pois, assim tudo caminha melhor. Elas se interessam também para que tudo saia sempre bem, e no caso de alguma dúvida, perguntam. Geralmente, quando entram, já trazem grande experiência anterior, comprovada, e nunca tivemos qualquer problema, felizmente.

IZZA – E fora desse trabalho, o que curte fazer?

CARLA – Ficar com a minha família. Acho que em Curitiba existe muita vida familiar, e ainda conseguimos ter contato com amigos. Claro, saímos para jantar, vamos à praia, e eu gosto disso e do pessoa e da maneira que vivemos. Tenho uma vida pacata. Não quero dizer com isso que não aprecie sair, e principalmente, viajar. Isso vai muito de criação também, porque não fui acostumada a badalar desde pequena. Tive uma educação mais caseira, tradicionalista e o temperamento também influi bastante, e já que o meu trabalho inclui a participação em festividades frequentes, às vezes no período da tarde e à noite, tenho menos disponibilidade para outros compromissos.

IZZA – O que a levou a exercer essa atividade? Você acha importante a independência da mulher?

CARLA – Comecei porque senti um pouquinho de necessidade de atuar em alguma coisa, e sendo esse um trabalho leve, gostoso, achei que seria bom para mim. Abrir novos horizontes e depois, somente os problemas de casa, limitam, é um círculo. É tão importante conhecer outro tipo de atividade porque adquirimos conhecimentos, novas amizades e, principalmente, renovamos as forças. É um trabalho interessante porque todos os dias temos alguma coisa diferente, e além disso, a parte visual é ótima. Logicamente, sendo um ambiente de festa, as pessoas estão sempre bem arrumadas e, principalmente a mulher curitibana sabe ser elegante. Seria excelente se o dia tivesse mais algumas horas.

IZZA – Com dois filhos pequenos, como é que você divide o seu tempo?

CARLA – A Bárbara tem sete anos e o Guilherme tem quatro. Estão numa idade gostosa e interessante que tem que ser curtida, e eu sou mãe coruja porque procuro estar a maior parte do tempo possível com eles. Acho importantíssimo acompanhá-los em cada movimento, cada palavra nova que aprendem, cada gesto. Isto é curtir mesmo, porque tudo passa tão rápido e essa época não volta mais. Logicamente virão outras, mas pretendo observar todas. Quanto tenho que sair, deixo-os na casa de minha mãe ou de minha sogra, já prontos para dormir. O meu relacionamento com eles é excelente. Educar filhos, atualmente, é uma tarefa difícil, bem diferente de minha época, devido às fontes de informação que eles têm oportunidade de observar.

Além disso, a própria vida mudou muito. Vejo pela Bárbara, muito viva, faz muitas perguntas, questiona tudo. O Guilherme é muito pequeno ainda, mas mesmo assim está indo pelo mesmo caminho. No momento, se influencia bastante pela irmã, mas acho que isso até acelera seu desenvolvimento, aprende mais cedo. O que interfere demasiadamente na educação é a televisão, as novelas um pouco fortes para o horário. Hoje em dia, as crianças já não deitam tão cedo, e consequentemente assistem a coisas para as quais não estão ainda preparadas. Quanto ao vocabulário também. Eles dizem termos que eu, nessa idade, nem pensaria em dizer. Tudo é mais evoluído, a época é outra, com outros valores. Esse problema sempre vai existir de uma geração para outra. O que eu jamais conseguiria, é deixá-los em mãos estranhas, porque sou muito apegada, porem prática, e eles entendem as coisas porque tento explicar da melhor forma possível.

IZZA – Qual seria seu ideal?

CARLA – Criar e educar meus filhos da melhor forma possível, dando-lhes condições para serem cada vez melhores, porque a base da educação é o mais importante, é fundamental. Em meu trabalho, desenvolvê-lo sempre mais, porque isso me proporcionará maior conhecimento e consequentemente mais condições para realizá-lo melhor.

 

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