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“Nosso amor é para sempre!”, declara Suzana Lobo

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Curitiba, com seu sorriso tímido encanta aos poucos os que por aqui passam.  De repente, aumenta o sorriso e percebemos que nosso amor é para sempre. Para sempre, também são os amigos que aqui fazemos, nesta cidade fria, que acolhe a todos e sabe aquecer nosso coração.

Assim aconteceu comigo. Nasci em Curitiba, tendo aqui permanecido até os 4 anos de idade, quando fui morar no Rio de Janeiro com meus pais: Sylvio Andrade Ferreira dos Santos, carioca e Ninon Lobo Santos, curitibana. Lá, estudei em Ipanema no Colégio Notre Dame. Fiz o Instituto de Belas Artes que ficava na Praia Vermelha. Assim passei a minha infância e juventude entre a Pedra da Gávea e o Pão de Açúcar. Fui discípula de Iberê Camargo, na época considerado o maior pintor brasileiro vivo. No Museu de Arte Moderna, frequentei o atelier de Ivan Serpa. Comecei a participar de Salões de Arte. Fui aceita na IX Bienal de São Paulo. Casei com meu primo Sergio José Ferreira de Souza e voltei a morar em Curitiba. Vieram os filhos Rodrigo Sergio e Alessandra. Ele, analista de sistemas e economista e ela engenheira química e engenheira de segurança do trabalho. Com eles aprendi a ser mãe. Nossa casa foi inundada de amor. Mais tarde, vieram nossas netas Maitê e Daniela.

Trabalhei na Fundação Cultural de Curitiba, no Museu Guido Viaro, onde ministrei aulas de arte por dez anos. Então, fui convidada para dirigir esse Museu. Ainda na Fundação, fui coordenadora do Solar do Barão e dirigi o Museu Municipal de Arte (Museu do Portão). Mais tarde, fui para a Secretaria de Estado da Cultura, onde dirigi o Museu Alfredo Andersen. Encerrei a minha carreira na Coordenação do Sistema Estadual de Museus (COSEM), momento em que pude conhecer o interior do Estado do Paraná ao fazer a curadoria do Circuito Oficial dos Salões de Arte do Paraná.

Sou verbete em vários Dicionários de Arte, tais como Dicionário do Ministério da Educação e Cultura, Dicionário de Artes Plásticas no Brasil (Roberto Pontual) e Dicionário de Pintores Brasileiros (Walmir Ayala).

Tenho obras em acervos de alguns museus tais como: Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), Museu Nacional de Belas Artes (RJ), Museu Municipal de Arte (Curitiba), Museu Oscar Niemeyer e em coleções particulares.

Como artista plástica tive várias fases, cujo resultado foi apresentado em exposições individuais dentre as quais destaco: “Quem puxa os cordéis? ”, uma reflexão sobre a manipulação das pessoas; “Desdobramentos”, uma fase onde as formas foram se abstraindo e trabalhei a matéria em relevo.

Fruto dessa fase surgiu a poesia abaixo.

 

“Desdobramentos”

… o tecido brinca

entre meus dedos

E eu congelo o instante

Em que as dobras se submetem à minha vontade

Tentando reter as formas

Ou a trama de mim mesma

Vou deixando um pouco

De meus dias…

Desdobramentos

Falam do gesto, do tato

Do tecido acariciado e preso

Retido para sempre

Num momento qualquer

No meu momento.

Desdobramentos

De mim mesma

De meus sonhos,

Limitações esmagadas pelo gesto

Opções de arte e de vida,

E as outras possibilidades, esquecidas.

 

Nas pinturas, reflexo da minha vivência, surgiu o tema de Curitiba com a série “Personagem em busca dos verdes”. Nos 300 Anos da Cidade de Curitiba, pintei alguns de seus ícones. Participando das inúmeras exposições em sua homenagem, aprendi a decifrar a cidade. Como meu marido era da equipe de Jaime Lerner, vi a cidade se tornar referência em planejamento urbano, acompanhei a criação de seus parques, do Jardim Botânico, Opera de Arame e tantas outras ideias que transformaram Curitiba na metrópole que é hoje, com consciência ecológica e muito verde, nos enchendo de orgulho de sermos curitibanos.

Curitiba para sempre, meu coração já todo seu.

 

Suzana Lobo

Artista plastica

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